17 Comentários

Gostei do artigo e do exemplo mostrado, em que faz sentido a comparação das diferentes situações. O que me parece é que o dilema não é entre comprar e alugar, mas sim ter dinheiro para investir ao mesmo tempo.

Só comprar? não compensa

Só alugar? não compensa

Comprar e investir? Boa!

Alugar e investir? Boa!

Este artigo é um exercício muito útil e prático de fazer, porém pode eliminar a questão emocional na escolha.

A casa é um bem essencial e um ativo escolhido de forma muito emocional pelas pessoas, eu própria passei por isso quando comprei a minha casa, mesmo tendo conhecimento dos custos. Pegar na folha de excel é um passo que eu acho importantíssimo, falta apenas mencionar que entre alugar e comprar há os nossos valores, crenças e emoções que influenciam a decisão.

A casa é uma despesa que não se pode fugir - mesmo comprando a pronto, há toda a manutenção de viver lá. Tanto comprar e alugar têm os seus próprios custos monetários e emocionais e ninguém pode fugir a ambos quando toma uma decisão - claro que alugar a um parente ou ter um crédito habitação mais baixo facilita bastante. O que podemos dizer às pessoas é que quando alugarem ou comprarem, não se esqueçam de investir sempre, para que no futuro os custos de ter uma casa sejam relativamente inferiores aos ganhos que tenhamos dos investimentos

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Ainda bem que a mensagem passou bem! É isso mesmo, não se esqueçam de investir sempre :)

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Até porque o melhor parceiro que podemos ter é um banco. Estamos a alavancar 20/30 mil euros num activo que vale 200/300 mil a troco de uma taxa de juro de 4/5%. Mesmo tendo, nunca gasto o meu dinheiro em mais do que o estritamente necessário porque consigo investir e retirar rentabilidades bem superiores, 2 a 3 vezes mais.

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Acho que falta uma opção ainda mais favorável. Falo em PPR (para maximizar os benefícios, pelo menos 167€/mês), aproveitar os 400€ anuais de benefício fiscal em sede de IRS (uns incríveis 20%!! para pessoas com menos de 35 anos) e depois de alguns anos resgatar sem tributação para pagar prestações de crédito à habitação. Depois, voltar a investir o que sobrar do rendimento mensal aliviado pela "borla" na prestação. Rinse and repeat.

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Certo, dependendo da rentabilidade do PPR, pode ser mais favorável, sim! Para quem estiver a ler isto, os 167€/mês de que o João fala é o montante a investir no PPR. Equivale a 2000€ investidos por ano, o que permite ir buscar 400€ em sede de IRS (ou seja, o benefício é de 33€/mês poupados). Um dia sai artigo sobre PPRs! João, queres ajudar a escrevê-lo?

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Ah! E reduzir ou mesmo acabar com IMT e imposto de selo para compra de primeira habitação permanente para jovens até um determinado valor. Uma entrada de 10%, com tudo somado, pode ascender a 15%. Uma diferença para pessoas que, como eu e a maioria dos jovens, tiveram muito pouca ou mesmo nenhuma ajuda dos pais/heranças/etc.

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Sim, era bom! Os impostos na compra são ridiculamente altos e muita gente só se apercebe quando já está a comprar a casa. Espero que este artigo traga alguma luz a esses custos com a tabela no início.

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Desde já os meus parabéns pela newsletter. É de facto muito informativa mantendo-se sucinta e de fácil leitura. O meu único comentário é na parte do investimento das ETFs que atraem impostos se distribuírem dividendos ou, mesmo que sejam cumulativas, tb atraem capital gains/mais valias no momento de venda após os 15 anos. Ou seja esse lucro apresentado não é líquido. Um bem haja e continuação de um óptimo trabalho!

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Obrigado pelo feedback e por leres a newsletter, Ivo! Relativamente aos ETFs, sim tens razão, os resultados não são líquidos em nenhum dos cenários (também se pagam mais valias ao vender a casa se não se comprar outra logo a seguir). Mas não quisemos incluir a contabilização dos impostos porque para além de acrescentar ainda mais complexidade, depende sempre do enquadramento financeiro pessoal de cada um. Um abraço!

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Point taken! Tem toda a lógica. Um abraço !

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Parabéns pela variedade de conteúdo e nos ires pondo a pensar.

No entanto, fico sempre perplexo com algumas informações que são deixadas de fora quando a bem/favor da descomplicação.

Por exemplo, pelo que percebi, a calculadora não é tua, mas 1% de manutenção por ano, a não ser que andemos a destruir a casa diariamente, parece-me ridiculo. Estive 10 anos num apartamento e paguei o condominio (cerca de 360€ anuais) e uma vez um arranjo/pintura exterior do prédio (2 mil euros). A casa foi comprada por 220k e vendida por 300k, apenas para ilustrar o valor da mesma e que, o peso do custo com ela foi de 5600€ em 10 anos, o que, de acordo com a calculadora, seria entre 22k a 30k; é uma diferença abismal. Não considerando mudanças ocasionais de lampadas e afins que, caso alugue, também as terei. No entanto, mesmo que tivesse efetuado alguma obra de melhoria ou simplesmente alteração de algo a gosto, seriam dedutíveis no momento da venda (ou seja, abateria à mais valia). Os meus pais vivem numa vivenda há 20 anos e também não gastaram 90 mil euros em manutenção (a casa está com bom gosto, não está desatualizada nem com móveis estragados nem com paredes com fissuras/infiltrações/falta de pintura/etc se é o que se referem com "manutenção").

Depois, não consigo imaginar como estará o mercado de arrendamento daqui a 20, 30 ou 40 anos (à velocidade dos aumentos a que assistimos e à falta de construção/casas disponíveis no mercado, vai ser engraçado de ver). Não quero ter uma reforma (assumindo que a tenho) e contar tostões, é assustador ver o que se passa com alguns idosos que acabam despejados e sem nenhum lugar para ir. Já para não falar que em contratos de 1, 2, 3 anos se está sujeito ao senhorio não querer renovar, ou aumentar em 20% ou 30% (não compatível com um possível aumento de 20% ou 30% do salário no mesmo período, até porque a maior parte do aumento de salário é engolido por impostos e contribuições à segurança social) e depois a se sujeitar ao que há no mercado. Podendo, em último caso, ter de se ir para "mais longe" de onde se estava para poder comportar essa despesa. Para zonas que pouco ou nada dizem, que trazem outros custos (possivelmente outro carro, ou passes de transporte, ou simplestemente tempo de vida gasto em vão), etc. Trabalhando remotamente para o estrangeiro não me acontece, mas nunca se sabe o futuro.

Seguindo para um ponto já falado pelo Ivo, apesar de complexo, tem de ser mencionado a bem da literacia financeira (que por sinal é pouca): impostos. Ainda para mais quando se fala em englobamento no IRS, em contrapartida com a taxa de 28% (que já por si é alta, descontamos impostos no salário e com o que sobra e investimos ainda voltamos a descontar, mas é o que é). Não é, de todo, igual comparar impostos de mais valias em habitação vs acções. Já que um deles tem todo um conjunto de deduções passíveis de se efetuar e outro não.

Daqui a 15 anos, quando se vendesse a participação de 149k do SP500, ia-se estar no escalão máximo do IRS e pagar metade em impostos. Daqui a 15 anos, não se ia pagar metade em impostos no caso da habitação própria até porque se ia reinvestir parte na compra de outra casa (usando o teu cenário, suponho que não se ia viver na rua, certo?). Também é um SE enorme assumir que a renda seria 850 euros todos os meses durante 15 anos a alugar um apartamento. Para além de que, ao se comprar uma casa, tem-se todo um leque de opções desde alugar a outros, viver nela, alojamento local, alugar apenas um quarto, alugar por quartos, etc.

Neste momento, tenho uma casa própria e outra alugada que se paga a si própria e ainda sobra. E a alavancagem para poder ter esta segunda casa veio da mais valia que tive ao vender a outra. Boa sorte a quem tenha 36 mil euros no banco e decida investir tudo no SP500, já que falaste do peso emocional em dar esse dinheiro para uma casa.

Não estou a dizer que não tenho investimentos ou que não percebo o mercado do aluguer. Mas não é, também, convenhamos, interessante nestas condições de mercado. E comprar uma casa não dá menos flexibilidade, dá sempre para a alugar e, por seu turno, irmos alugar algo noutro sitio (imaginando que se vai trabalhar uns anos para outro local ou se prefira ir viver para outro sitio).

Para concluir, já invisto há muitos anos, desde certificados do aforro a acções a opções a futuros. E, apesar de também utilizar a Degiro para algumas coisas, quando estamos a falar de valores substanciais deixa de transmitir a segurança que alguém precisa quando investe as suas poupanças. De repente, as comissões de transação de 2 euros passam para percentagens do valor investido se virmos um Banco Invest. As comissões bancárias/trading também são frequentemente deixadas de fora (além dos impostos) de análises do género "Bora investir e ganhar 4% ao ano e somos independentes daqui a 15 anos".

Acho que é preciso pôr as pessoas a pensar, pôr as pessoas a investir pelo seu futuro porque a Segurança Social não vai dar para todos, diversificar os investimentos ao máximo, mas contribuir para o conhecimento de tudo e não apenas apresentando fórmulas matemáticas e "magias do juro composto" e movimentos FIRE e afins quando, na realidade, teremos custos, comissões e impostos a pagar e o arco iris fica um pouco mais escuro e negro (apesar de continuar a ser a melhor hipótese que temos).

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Olá, obgª mais uma vez parabéns pelo artigo! Está realmente completo e com toda a informação de base necessária para se tomar essa tão difícil decisão entre alugar VS comprar casa. Gostaria de explorar mais o tema do investimento, da DEGIRO e/ou outros sistemas similares. Vais realizar ou já tens algum artigo onde explores este tema? É também algo difícil para quem está a tentar iniciar por isso ajudava muito a esclarecer. Fica a sugestão (caso ainda não tenhas nenhum artigo sobre isto) :)

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Obrigado pelo feedback, Sofia! Temos alguns planeados sobre investimentos, sim. Que dúvidas/perguntas gostarias de ver esclarecidas? O quê que te impede de começar hoje a investir, por exemplo?

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Obrigado pelo artigo, abriu uma excelente troca de ideias.

“Abre uma conta na DEGIRO”

Algum motivo para escolher esta corretora em concreto?

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Não temos qualquer afiliação à DEGIRO, apenas sugeri por ser uma das mais acessíveis a quem está a começar. Comissões baixas e fácil/intuitivo de usar para comprar e vender ações (apesar de poderem melhorar no UI/UX).

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Podemos ainda considerar a opção de alugar e investir o remanescente da renda em S&P. Assim, além do investimento inicial, ainda podemos vir a ganhar devido a esta nova parcela. Sinto que a comparação entre alugar e comprar fique injusta por negar à componente alugar esta variável.

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Sem dúvida que é um cenário possível. A ideia destes 4 cenários foi ter alugar apenas ou alugar e investir o que não gastamos nos custos iniciais. E comprar apenas ou comprar e investir X por mês porque a prestação ao banco é inferior à renda do aluguer.

Não incluí Alugar + investir X todos os meses porque como as rendas estão super altas, não sobraria parcela nenhuma para investir. Óbvio que isto depende da situação de cada um. Foi só o racional usado no artigo para os 4 cenários.

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